quarta-feira, 19 de agosto de 2009

RITUAL DE DEDICAÇÃO!

Que a energia que sinto agora se torne Amor Que o Amor que sinto se transforme no Toque suave das mãos sobre o rosto da criança No sorriso singelo que afeiçoa Nas palavras ditas com doçura Nas ações feitas com carinho e dedicação Que essa Deusa me guie e me conduza transforme tudo a minha volta Que minha vida seja para o Bem Que meu amor seja para todos Que eu sinta a carícia da lua O aconchego do sol Que assim eu sinta a Terra: sempre Bondosa e Generosa a seus filhos Terra que dá vida Terra que acolhe cinzas Que eu sinta o ar em toda minha face em todo meu corpo Que leve minhas palavras ao universo Que traga de volta como sentimentos e ações Que eu sinta o fogo do conhecimento Que eu queime as injúrias da ignorância Que eu me banhe nas águas sagradas Que lava minha alma Que me deixa pura Deusa que me transforma Deusa que me ama Que me faz mulher Que me faz mágica Que me faz bruxa

domingo, 26 de julho de 2009

Os Quatro inimigos do homem: uma reflexão sobre os ensinamentos de Carlos Castañeda.

O antropólogo Carlos Castañeda escreveu doze livros contando sua saga e seu aprendizado com o brujo Don Juan no México. O primeiro desses livros, conhecido no Brasil como “A Erva do Diabo”, é o mais conhecido. O título original da obra é ”The Teachings of Don Juan” em inglês e “Las Enseñanzas de Don Juan” em espanhol. Em português seria “Os Ensinamentos de Don Juan” se o título original fosse respeitado e nao houvesse uma distorçao para fins mercadológicos.

Nesse livro, que marca o início do aprendizado de Castañeda, Don Juan lhe diz que o homem possui quatro inimigos que deve saber enfrentar para tornar-se um guerreiro, um homem de conhecimento. Esses inimigos sao: o medo, a clareza, o poder e a velhice. Nesse texto, tentarei apresentar uma interpretaçao própria desses ensinamentos. Ao mesmo tempo que busco coerência com a obra original, pretendo mostrar o que entendo sobre esses inimigos, tomando a liberdade de apresentar a apropriacao que fiz desses conceitos.

O primeiro dos inimigos é o medo. Toda vez que buscamos um novo caminho de crescimento, ele aparece para nos testar. Há medos de toda ordem e algumas vezes ele chega a se tornar um pavor, um desespero. Um formidável inimigo que pode tornar-se um grande aliado: se nao temos medo, nos tornamos pessoas irresponsáveis; se ele paralisa a nossa busca, nos tornamos covardes. Entendo que o medo é constitutivo da vida humana e temos que caminhar, mesmo sentindo medo. Ele pode ser controlado e exige coragem, mas nos transforma em pessoas alertas: guerreiros sempre à espreita.

Muitas pessoas deixam de viver, de lutar pelo que acreditam, de crescer como indivíduos porque o medo as paralisa, nao as deixa seguir em frente. Medo do que vai acontecer no futuro, medo de se machucar, medo de se arrepender, medo de sofrer, medo de experimentar, medo de buscar novos horizontes, medo do que os outros vao pensar: medo de viver! E o medo faz elas ficarem na inércia, na repetiçao, no caminho do comodismo, no conforto do que sempre foi. Mas isso nao é crescimento, é estagnaçao. Para crescermos, temos que ter consciência do medo, saber que ele existe, que ele pode ser vencido, agir com coragem, seguir em frente diante da incerteza e torná-lo um excelente aliado!

Se conseguimos vencer nosso primeiro aliado, chega o segundo: a clareza. Aqueles que foram vitoriosos em sua luta contra o medo, acabam sentindo, vendo, percebendo, pensando e agindo com uma clareza muito maior. A maioria ficou no seu casulo paralisada pelo medo, aqueles que enfrentaram conseguem a clareza: o dom de ver aquilo que a maioria nao ve, já que o medo as impediu de sair do lugar comum, do senso comum. Mas a clareza também tem seus perigos e muitos sucumbem.

Nao é uma tarefa fácil lidar com a clareza em um mundo de cegos. Ver aquilo que outros nao vêem é um desafio a ser enfrentado com serenidade e coragem. A sensaçao de isolamento é forte, um grande desafio a ser superado. O que se pode ver com a clareza ninguém quer ver ou nao consegue; o que outros vêem como verdade é apenas uma ilusao para quem tem a clareza. Muitos se assustam com o que vêem e outros começam a crer que sao seres superiores por ter algo que a maioria nao tem. Alguns se perdem em sua vaidade; outros nao suportam o que vêem e perdem o equilíbrio mental; outros desistem de enxergar por sua visao parecer insuportável. Se há o dom para ver os Céus, com ele vem a visao das sombras. E muitos preferem nao ver mais, sao vencidos pela clareza ou pelo medo: os inimigos andam juntos.

Mas a clareza também pode ser utilizada como um poderoso aliado. Com firmeza, determinaçao e equilíbrio, podemos viver na loucura controlada. Saber que muito do que é considerado verdade é apenas uma loucura, uma construçao histórica que em breve irá desabar também. E tentando ajudar nossos semelhantes a ter clareza também: para ter a visao que possibilite manter e ampliar o que é da Vida e lutar contra o que é da morte. Saber que quase tudo é uma loucura, mas manter a serenidade perante essa loucura.

Quando se vence o medo e a clareza, surge o terceiro inimigo: o poder. Com a capacidade de controlar o medo e com a poderosa visao que a clareza proporciona, naturalmente se adquire poder. A capacidade de influenciar outras pessoas, de transformar estruturas, de atingir objetivos com facilidade, de obter percepçoes extra-sensoriais, de mobilizar e canalizar intensas energias. E o poder é sedutor, um inimigo perigoso, tamanha sua força.

Depois de ter vencido o medo, conseguido a clareza e obtido poder, começam as tentaçoes e testes. E muitos sucumbem. Ao invés do poder ser utilizado para abrir caminhos para a evoluçao humana e da sociedade, torna-se uma habilidade usada exclusivamente para proveito próprio, para satisfazer o ego. Surge a falsa necessidade de comandar, de ser um líder insubstituível, de ter a certeza sempre, de ter súditos e admiradores, de colocar as pessoas e processos sob controle pessoal. E esse processo nunca cessa: é preciso cada vez mais poder para se manter no poder.

E as pessoas se tornam escravos do poder, se perdem em seu ego e se tornam pessoas frágeis. Pessoas que externamente podem até ser vistas como poderosas, mas sao criancas profissionais: brincam com a vida alheia sem responsabilidade, sem ter consciência de que os fantoches sao eles. Na primeira decepçao ou quando enfrentam um adversário de valor, colocam a culpa no mundo pela sua própria fraqueza: o poder sugou toda sua energia.

Esquecem que cada caminho é apenas um caminho e que cada um deve buscá-lo dentro de si, nos seus coraçoes. Pode-se até auxiliar outras pessoas, mas ninguém tem autoridade para dizer para alguém qual é o melhor caminho a ser seguido. Isso cada um deve descobrir por si. O poder é realmente tentador e muitos sucumbem, talvez na classe política isso seja mais evidente, mas isso acontece em todas esferas da vida humana.

Só que o poder também pode ser utilizado como um aliado. Essa capacidade e esse brilho que o poder traz podem ser canalizados para o Espírito, pode-se agir de acordo com o Coraçao, pode-se colocar como um instrumento da Vida. Pode-se utilizar essa capacidade para construir um mundo melhor para todos, para transformar positivamente a vida dos que cruzam nosso caminho, ajudar as pessoas acender o próprio fogo interior, a transformar as estruturas da repetiçao.

Enfim, pode-se usar o poder para quebrar os processos de reproduçao desse descalabro social e ambiental: creio que é esse o desafio para quem adquiriu e está adquirindo poder. Um enorme desafio e que nao se resolve de uma vez, é sempre um caminho, mas um caminho ao mesmo tempo individual e coletivo, um caminho com o coracao, uma busca pela impecabilidade. É a ânsia pela perfeicao, pela justica, pela verdade. E isso se reflete em atos cotidianos, nao apenas em grandes obras!

Por fim, há um inimigo que nao pode ser vencido: a velhice. Todos, uma hora ou outra, sentirao suas marcas. Na verdade, podemos interpretar a vida como um processo de envelhecimento constante: de bebês à criancas, de criancas a adolescentes, de adolescentes a jovens adultos, de jovens adultos a jovens de meia-idade, da meia-idade à terceira idade. A velhice é o maior inimigo do homem, vai atingir os que sucumbiram ao medo, mas também aos que nao sucumbiram; vai atingir os que se amedrontaram perante a clareza, mas também aos que conseguiram suportar a visao; vai atingir aos que adquiriram poder para o coletivo, mas também aos que se seduziram por suas falsas promessas.

Só que a velhice, que vai aos poucos limitando nosso corpo físico, traz a sabedoria caso seja enfrentada com dignidade. E isso dependerá de toda uma vida: que caminho escolhemos, quem escolhemos para caminhar ao lado, que decisoes tomamos, de quem nos afastamos e de quem nos aproximamos, como cuidamos do nosso corpo, do nosso espírito e da nossa mente. É um novo desabrochar e nao uma decadência. O que nao podemos é deixar nosso espírito envelhecer: ele é eterno!

Podemos envelhecer com dignidade e acho que o melhor modo de fazer isso é disseminar sementes: para que as futuras geraçoes e os mais novos possam ter modelos em que se apoiarem, com base em belas palavras e açoes que só a experiência ensina. Enfim, construir uma trajetória nesse planeta que nao seja apenas sobrevivência e voltada para o próprio umbigo, mas construir uma vida que seja uma verdadeira obra de arte: uma busca por uma conduta impecável, um foco claro em iluminar a escuridao! E para isso nao há um caminho pronto nem fórmulas pré-estabelecidas, há tantos caminhos quanto existem coraçoes, cada um deve achar o seu.

*Texto escrito em San Pedro do Atacama, no Deserto do Atacama, no Chile, em 06/06/09.



sexta-feira, 3 de julho de 2009

Oração a mim mesma!

Peço licença a um dos meus Mestres, pra usar sua oração no início dessa jornada.

ORAÇÃO A MIM MESMO!

Que eu me permita olhar e escutar e sonhar mais.
Falar menos. Chorar menos.
Ver nos olhos de quem me vê a admiração que eles me têm e não a inveja que prepotentemente penso que têm.
Escutar com meus ouvidos atentos e minha boca estática, as palavras que se fazem gestos e os gestos que se fazem palavras.
Permitir sempre escutar aquilo que eu não tenho me permitido escutar.
Saber realizar os sonhos que nascem em mim e por mim
e comigo morrem por eu não os saber sonhos.
Então, que eu possa viver os sonhos possíveis e os impossíveis;
aqueles que morrem e ressuscitam
a cada novo fruto,
a cada nova flor,
a cada novo calor,
a cada nova geada,
a cada novo dia.
Que eu possa sonhar o ar,
sonhar o mar,
sonhar o amar,
sonhar o amalgamar.
Que eu me permita o silêncio das formas,
dos movimentos,
do impossível,
da imensidão de toda profundeza.
Que eu possa substituir minhas palavras
pelo toque,
pelo sentir,
pelo compreender,
pelo segredo das coisas mais raras,
pela oração mental
(aquela que a alma cria e que só ela, alma, ouve e só ela, alma, responde).
Que eu saiba dimensionar o calor,
experimentar a forma,
vislumbrar as curvas,
desenhar as retas,
e aprender o sabor da exuberância que se mostra nas pequenas manifestações da vida.
Que eu saiba reproduzir na alma a imagem que entra pelos meus olhos fazendo-me parte suprema da natureza,
criando-me e recriando-me a cada instante.
Que eu possa chorar menos de tristeza e mais de contentamentos.
Que meu choro não seja em vão, que em vão não sejam
minhas dúvidas.
Que eu saiba perder meus caminhos mas saiba recuperar meus destinos com dignidade.
Que eu não tenha medo de nada, principalmente de mim mesmo:
- Que eu não tenha medo de meus medos!
Que eu adormeça toda vez que for derramar lágrimas inúteis, e desperte com o coração cheio de esperanças.
Que eu faça de mim um homem sereno dentro de minha própria turbulência, sábio dentro de meus limites pequenos e inexatos, humilde diante de minhas grandezas tolas e ingênuas
(que eu me mostre o quanto são pequenas minhas grandezas e o quanto é valiosa minha pequenez).
Que eu me permita ser mãe, ser pai, e, se for preciso,
ser órfão.
Permita-me eu ensinar o pouco que sei e aprender o muito que não sei, traduzir o que os mestres ensinaram
e compreender a alegria com que os simples traduzem suas experiências;
respeitar incondicionalmente o ser;
o ser por si só, por mais nada que possa ter além de sua essência, auxiliar a solidão de quem chegou, render-me ao motivo de quem partiu e aceitar a saudade de quem ficou.
Que eu possa amar e ser amado.
Que eu possa amar mesmo sem ser amado,
fazer gentilezas quando recebo carinhos;
fazer carinhos mesmo quando não recebo gentilezas.
Que eu jamais fique só, mesmo quando eu me queira só.
Amém.

Autor: Oswaldo Antônio Begiato

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Magia: Realidade ou Ficção?

Muito se lê e se ouve sobre magia, milagres, poder da mente, forças ocultas...
Não sei de vocês  mas, quanto a mim,  o tema sempre fascinou.
E lá se vão anos e anos pesquisando, lendo, buscando... nas mais diversas fontes: ciência, física, religiões, misticismo... e hoje posso afirmar sem medo: a magia existe, sim!
Eu a senti, toquei, provei, testemunhei diversas vezes, não só na minha vida, como na de muitas outras pessoas. 
É real! 
E ainda ouso ir mais longe: a magia tem uma aplicação prática. 
Mas é preciso que "quem tenha ouvidos de ouvir, que ouça" e "olhos de ver, que veja".
Peço antecipadamente, meus amigos magos e bruxas, que me perdoem se em algum momento meu ensinamento for contrário ao que pregam, mas entendam:  meu caminho não foi o caminho tradicional da magia... meus Mestres tiveram as mais diversas formações, mas há muito descobri: todos os caminhos levam ao mesmo destino; todos os deuses são um só DEUS; TODOS SOMOS UM! 
E há poder nesse conhecimento. 
E responsabilidade, quando se trata de divulgá-lo.
Mas a recompensa é grande, não só ao final do caminho, mas por toda a estrada. 
Nesse momento estou aqui. 
Me coloco ao início do caminho e acendo a tocha...e que a Grande Mãe,  o Princípio Criador de Tudo, o Pai Celeste (ou seja lá o nome que essa força maior possua no seu coração) me ajude a conduzi-los. 
Assim seja!



Quem sou eu?

Sou a que pesquisa, a que anseia por conhecimento... 
A que acredita, acima de tudo, que há uma força superior que nos dirige, nem sempre compreendida por nós, exatamente por sermos tão limitados. 
Busco esse contato da forma mais sincera e humilde.
Erro, ás vezes... mas não desisto! 
Respeito o ser humano, e procuro resgatar os conhecimentos antigos e repassá-los fielmente, mas sem mistificações.
Acredito que as capacidades latentes do ser humano podem (e devem) ser afloradas (todos temos dons!) mas procuro ter em mente, que há uma grande responsabilidade em fazê-lo - e um preço a pagar pelo abuso -, sempre!
Quanto maior o conhecimento, maior a responsabilidade - essa é a lei!